Boa noite pessoal,
Os últimos dias tem sido interessantes.
A desmontagem do hedge, me deixou sem muito o que fazer exceto 'assistir' a carteira retomar seu crescimento do ponto onde havia parado quando da queda de agosto.
Esse 'ócio', por outro lado tem deixado meus neurônios a milhão, trabalhando na construção de possíveis cenários no futuro próximo.
Nessa recuperação, alguns ativos (Blue Chips) impressionam pela voracidade do movimento.
A razão disso eu ainda não sei, mas basta olhar para Vale, Petro, CSN e Usiminas, pra entender que tem algum coelho nessa toca,
Só que olhando para os demais ativos e também para o gráfico do IBOV, não há como não ficar incomodado com o volume baixo dos pregões.
Eu já aprendi que alta boa vem acompanhada de volume, e até o momento, o volume é artigo que segue faltando nesse quadro.
Várias classes de comodities vem emitindo sinais de alerta, indicando que grandes quantidades de dinheiro estão lentamente migrando de posições 'corporativas' para estes. Esse movimento, me fez lembrar das aulas de marketing sobre produtos substitutos.
Nesse, quadro, temos ainda as trapalhadas do 'Helicopter Ben' atirando dinheiro sobre Manhatan. Acredito que ele errou feio o alvo, pois salvou da forca 'players' que não deveriam ter se metido no buraco que se meteram e que justamente por isso, mereciam pagar o preço por sua especulação.
Imaginar que essa redução da taxa vai resolver um problema que nada tem a ver com os financiamentos, mas sim com o fato de que o crédito, seja ele 'prime' ou 'subprime', tornou-se maior do que o valor dos bens a eles associados, é no mínimo uma ingenuidade.
Para nós Brasileiros que estamos acostumados a comprar um e pagar dois (supostamente sem juros), isso é difícil de compreender, pois aqui essa palhaçada já faz parte da cultura do povo, na Matriz, as coisas não são assim.
Só que nessa estória ninguém é inocente. Os Americanos sempre se aproveitaram da valorização imobiliária para extrair 'valor' de seus imóveis. Esse dinheiro era tranqüilamente despejado no varejo através do consumo desenfreado.
Só que nos últimos anos, de juros baixos e dinheiro farto, criou mais uma bolha imobiliária, permitindo as pessoas comprar imóveis que na prática elas não poderiam pagar. O mercado super aquecido, provocou uma valorização desenfreada dos imóveis, o que permitiu ao 'tomador' dos empréstimos extrair mais dinheiro de seus imóveis, alimentando ainda mais o consumo.
Agora essa brincadeira chegou ao fim. O excesso de oferta imobiliária, associado a recente escalada dos juros fez com que os preços dos imóveis começasse a voltar para a terra, para a realidade, criando uma situação nova, em que o valor do imóvel não garante mais o valor da dívida e deixando milhares de 'tomadores' numa situação de insolvência que resultará primeiro na perda do bem, e segundo num residual de dívida a ser pago.
Algo parecido com o que temos aqui no Brasil, quando o tomador ao sentir a pressão da dívida resolve devolver o carro financiado ao banco, só pra descobrir que mesmo fazendo isso ainda fica devendo o valor de mais um carro.
Racionalizando dessa forma, fica difícil perceber qual pode ser o efeito positivo na economia Americana do recente corte dos juros.
Acredito que até o final do ano teremos mais um corte, mas ainda não será suficiente para tirar os tomadores do estado insolvente.
Por essa razão, penso que a ação do FED foi paliativa e pior, rapidamente explorada pelo sistema, foi aplicado o remédio errado escondendo temporariamente o problema, mas sem resolve-lo.
Só não pretendo ser ingênuo pra acreditar que tudo isso ficará barato. Não senhores, eu tenho certeza que a conta já está a caminho.
Bom, acho que vou parar por aqui porque já está saindo fumaça da minha cabeça, melhor deixar os neurônios esfriarem um pouco.
Boa noite a todos.
[]'s
DrFox
24 setembro 2007
Elucubrações (sic)...
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