25 fevereiro 2009

Reflexos da queda na demanda...

Bom dia pessoal,

Enquanto aqui o Carnaval dava o ar da graça, o resto do mundo continuava rodando.

Li várias noticias sobre quedas nas exportações de vários países e comecei a "matutar" sobre os possível reflexos.

Por atuar em comércio exterior, acredito que tenha uma visão mais ampliada do que a média em relação aos mecanismos de troca de bens entre os países.

Foi justamente por essa ligação que eu trouxe aqui para o blog os tópicos sobre o Baltic Dry Index e depois sobre o fluxo de transporte aéreo.

Agora ao ler notícias que falam em queda das exportações Japonesas em 46% em janeiro, comparado com o mesmo mês em 2008 e que as exportações Alemãs caíram mais de 7%, fica cada vez mais claro que estamos apenas olhando para os sinais da tempestade e que esta está mais próxima a cada dia.

A coisa tende a piorar bastante, pois os efeitos dessas quedas possuem um “gap” temporal entre causa e efeito, em relação a economia real (empregos, renda, etc.) que ainda não se desdobraram por inteiro.

Existe uma equação que não pode ser alterada nem pelo mais forte dos governos: "Sem renda, não há consumo."

Ponto!

Uma vez isso entendido, fiquei imaginando esses possíveis desdobramentos para o futuro próximo:

  1. Onda de repatriação da produção. Os governos, principalmente Europeus, mesmo sabendo que a decisão não se justifica economicamente, vão atuar fortemente na re-importação dos meios de produção, afim de gerar demanda por mão-de-obra local;
  2. O Leste Europeu sofrerá muito. Foram feitos enormes investimentos em modernização da infra-estrutura, todos financiados por dinheiro barato. Agora sem os recursos que viriam da produção, sobrará um enorme passivo a ser digerido o que pode tomar décadas.
  3. As economias Asiáticas sofrerão perdas enormes em seu ambiente produtivo. Um pouco mais preparadas que seus pares Leste-Europeus, o problema lá será lidar com a reversão da migração das cidades para o campo. Some a isso os enormes gastos previstos para a conservação e manutenção de verdadeiras cidades fantasmas construídas sob a perspectiva de desenvolvimento perpétuo. Se considerarmos Beijing apenas, eles possuem mais de 3,6 milhões de metros quadrados de imóveis totalmente desocupados. A esperada migração do campo para as cidades provocou esse "boom imobiliário" que agora está se tornando um problema a mais a ser resolvido pelo governo.
  4. A repatriação da produção trará a tona a questão da imigração dos países sub-desenvolvidos e um endurecimento nas fronteiras.

        Havia pensado em mais algumas coisas, mas a idéia fugiu. Fica então o espaço para ouvir de vocês os contrapontos e se possível outras alternativas.

        []’s

        DrFox

        4 comentários:

        Anônimo disse...

        Tche!!!!!!!!!!Carnaval continua qui nos pampas!!!!!!!

        To me atochando com petro, eta coisa boa!!!!!!!!!!!

        Bahhhhhhh Bolsa so ta ciscando, arranhando na queda, e qdo la fora subi aqui sobe 10% e arrebenta a porteira!!!!!!!
        enquanto cachorrada late o gaucho vai em frente tche!!!!!!!

        Gaucho

        Anônimo disse...

        É por aqui só cutucou mesmo, bolsa aqui continua forte

        Piter

        Anônimo disse...

        Prezado Dr. Fox,
        Temos também um componente político. Acredito que as medidas protecionistas que virão serão uma resposta de curto prazo às pressões internas de cada país, uma espécie de tentativa de mostrar preocupação com a massa de desempregados crescente e de lidar com os grupos de pressão (sindicatos, etc.).
        Teremos nesse cenário uma discussão crescente quanto ao melhor modelo "político-social-econômico" que pode muito influenciar o tabuleiro internacional, dificultando a interação entre Estados. Competição ou cooperação? Estado forte ou soberania relativa? Realismo ou liberalismo? Fluxo de capitais ou barreiras tarifárias?
        O Futuro não é certo e há perigo certamente, principalmente quando a economia americana começar a “exportar o seu desemprego”!
        Desculpe a insistência, mas acho que o “Estado” terá papel fundamental nesse processo, para o bem ou para o mal! Numa discussão antiga, não acredito que depois de se fortalecerem, os Estados sairão de cena facilmente!
        Forte abraço,
        Ronald

        Anônimo disse...

        Bom Dia galera,

        Pra quem ta se atochando de Petro a espera de 10% ! Com todo respeito deve estar por fora do que é o game. Vale fechando o mês em queda e pra quem pegou os trades curtos do mês isso foi pouco,10%. Então o Risco /retorno ai parece meio fora de sintonia.

        A minha visão, pra médio/curto prazo é que as bolsas Matriz e brasuca poderiam arriscar um repique curto até os 8.700 mas, sempre tem um mas, isso antes de perder os 8.000 pontos. Pra ai sim depois mergulhar abaixo dos 30.000. Onde iria parar, ai já não faria tanta diferença já que o estrago ja estaria feito. Esse cenário ainda não esta de todo descartado mas dada a situação dos preços no encerramento da semana esta com baixa probabilidade, mas ainda não descartado. Ai sim aqui repicariamos para algo em torno de 43.000 podendo atingir pico de 45.000.

        Mas as coisas por aqui já estão caminhando em terreno pantanoso.
        Vale e Petro já deram sinal de ''stresse'' e se a Matriz perder mesmo esse suporte, ai vai abaixo e o tombo agora vai carregar todo mundo sem excessão.
        Meu mantra até preços em contrario é L i q u i d e z. Fora os trades curtos mas isso é cada vez mais pra quem é do ramo, do game.

        E no final. Cada um que ponha seu din din onde bem lhe der na telha.
        Passa régua, abç.